O educador e escritor Rubem Alves defende uma
educação
ligada à vida do estudante
Quando eu era menino,
na minha escola, tinha uma aula de leitura, a aula de leitura era a aula em que
a professora ia ler para nós: Monteiro Lobato.
Ninguém faltava à
aula, era um silêncio absoluto, não precisava a professora dizer: “meninos,
silêncio, menino”.
Na escola não pode
ter essa palavra silêncio porque naturalmente se a escola é boa, as crianças
vão fazer silêncio, porque elas vão gostar daquilo que eles estão fazendo.
Frequentemente os
professore só têm que repetir aquilo que já vem nas apostilas.
Recebi a carta de um
menino: “Querido Rubem Alves, li o seu livro O patinho Que Não Aprendeu A Voar, aprendi que liberdade é a gente
fazer aquilo que a gente deseja muito e eu quero ser livre, ponto, parágrafo”.
“Tenho uma professora
que é demais, ela manda a gente ler seus livros e grifar os encontros
consonantais e os dígrafos.” – silêncio
–
O que o menino vai fazer com o encontro consonantal, pra que serve isso? Pra nada. E dígrafo, pra que serve? Pra nada.
O que o menino vai fazer com o encontro consonantal, pra que serve isso? Pra nada. E dígrafo, pra que serve? Pra nada.
Era preciso que os
professores parassem e dissessem: “não vamos seguir o programa, vamos fazer as
coisas que são essenciais no ambiente em que a criança vive”.
Então, eu diria que
os professores teriam que fazer sempre essa pergunta: “isso que eu vou ensinar serve
pra quê”?
Eu descobri em
Portugal uma escola que me impressionou muitíssimo, chamada Escola da Ponte,
escrevi até um livro sobre ela, A Escola Com Que Sempre Sonhei Sem Imaginar Que
Pudesse Existir. Os professores estão junto com os alunos pra ajudar os alunos.
Essa ideia do professor ir lá dar
uma aula, ficar na frente, os aluno copiando, “ou ouvindo[1]”,
isso não existe. Os professores são companheiros dos alunos, não tem nota, nota
é uma inverdade porque aquilo que o aluno produz numa prova, não revela o que
ele pensa.
A gente precisaria ter uma
educação ligada com a vida porque é pra isso que a gente aprende, pra viver
melhor, pra ter mais prazer, ter mais eficiência, poupar tempo, não se
arriscar.
Um comentário:
Eu amoooooo Rubem Alves! Se as pessoas detentoras do poder de mudança nesse país, os políticos que têm o investimento necessário para fazer a diferença o compreendessem, nossa educação seria de primeiro mundo! Seria mais! Seria universal!
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