Crescimento de evangélicos influencia fenômeno
Embora não seja um fenômeno
exclusivamente evangélico, o sucesso da música religiosa no Brasil tem
muito a ver com o crescimento recente de dois grupos de matiz
evangélica: os pentecostais e neopentecostais.
Foram essas denominações que puxaram o crescimento da população evangélica, que aumentou de 9% para 15,4% da população total entre 1991 e 2000, segundo dados do Censo 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No período, a participação dos pentecostais - igrejas como Assembleia de Deus e Congregação Cristã do Brasil, fundadas no início do século passado - subiu de 5,6% para 10,6%.
O crescimento superou com folga o dos evangélicos de missão - seguidores de igrejas protestantes com raízes europeias, como anglicanas, luteranas e presbiterianas -, que cresceram de 3% para 4% no período. Não há dados específicos sobre o número de neopentecostais, como os fiéis de igrejas como Renascer e Universal do Reino de Deus, que foram criadas nos anos 70, mas permanecem incluídas no grupo dos pentecostais para efeito do censo.
A principal diferença entre os evangélicos de missão e os pentecostais e neopentecostais é o tipo de mensagem oferecida aos fiéis, diz Antônio Flávio de Oliveira Pierucci, professor de sociologia da religião da Universidade de São Paulo (USP). "[Nessas igrejas] fala-se em prosperidade e melhoria de vida agora e não em outro mundo [após a morte], como acontece nas igrejas mais tradicionais", diz o acadêmico.
Os dados relativos à religião do Censo 2010 ainda não foram divulgados, mas outras fontes indicam, em períodos mais recentes, um aumento ainda maior que o da década anterior. De acordo com o instituto de pesquisa Datafolha, os evangélicos já representavam 25% dos brasileiros em outubro de 2010.
Frente ao crescimento expressivo, há quem diga que os evangélicos podem somar até 50% da população em 2020. Para o especialista da USP, a previsão é pouco factível. O crescimento tem sido puxado pelas duas primeiras gerações de pentecostais e neopentecostais, afirma Pierucci, e vai perder ímpeto com o passar do tempo. "Nas igrejas mais tradicionais, já se observa um fenômeno parecido com o que atingiu o catolicismo", diz o especialista.
Outro fenômeno que começa a ocorrer no Brasil é o surgimento do "evangélico genérico". O termo é usado para caracterizar alguém que é evangélico, mas não se prende a uma denominação específica, seja ela de missão, pentecostal ou neopentecostal. "É um evangélico praticante, mas não muito", diz Pierucci. (BC)
Foram essas denominações que puxaram o crescimento da população evangélica, que aumentou de 9% para 15,4% da população total entre 1991 e 2000, segundo dados do Censo 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No período, a participação dos pentecostais - igrejas como Assembleia de Deus e Congregação Cristã do Brasil, fundadas no início do século passado - subiu de 5,6% para 10,6%.
O crescimento superou com folga o dos evangélicos de missão - seguidores de igrejas protestantes com raízes europeias, como anglicanas, luteranas e presbiterianas -, que cresceram de 3% para 4% no período. Não há dados específicos sobre o número de neopentecostais, como os fiéis de igrejas como Renascer e Universal do Reino de Deus, que foram criadas nos anos 70, mas permanecem incluídas no grupo dos pentecostais para efeito do censo.
A principal diferença entre os evangélicos de missão e os pentecostais e neopentecostais é o tipo de mensagem oferecida aos fiéis, diz Antônio Flávio de Oliveira Pierucci, professor de sociologia da religião da Universidade de São Paulo (USP). "[Nessas igrejas] fala-se em prosperidade e melhoria de vida agora e não em outro mundo [após a morte], como acontece nas igrejas mais tradicionais", diz o acadêmico.
Os dados relativos à religião do Censo 2010 ainda não foram divulgados, mas outras fontes indicam, em períodos mais recentes, um aumento ainda maior que o da década anterior. De acordo com o instituto de pesquisa Datafolha, os evangélicos já representavam 25% dos brasileiros em outubro de 2010.
Frente ao crescimento expressivo, há quem diga que os evangélicos podem somar até 50% da população em 2020. Para o especialista da USP, a previsão é pouco factível. O crescimento tem sido puxado pelas duas primeiras gerações de pentecostais e neopentecostais, afirma Pierucci, e vai perder ímpeto com o passar do tempo. "Nas igrejas mais tradicionais, já se observa um fenômeno parecido com o que atingiu o catolicismo", diz o especialista.
Outro fenômeno que começa a ocorrer no Brasil é o surgimento do "evangélico genérico". O termo é usado para caracterizar alguém que é evangélico, mas não se prende a uma denominação específica, seja ela de missão, pentecostal ou neopentecostal. "É um evangélico praticante, mas não muito", diz Pierucci. (BC)
Valor Econômico
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