Há dois anos, fui contratado para trabalhar em uma grande empresa em um cargo de comando. Na seleção, deixei claro que não tinha todas as competências exigidas, mas que me esforçaria. Além disso, a empresa prometeu cursos e treinamentos que nunca aconteceram. Há poucos meses, um de meus subordinados cometeu um erro no qual tive parte da responsabilidade. Meu chefe me culpou e, para me punir, rebaixou minhas funções. Fiquei magoado e me sinto injustiçado, mas tenho medo de recorrer a instâncias superiores. O que faço?
Gerente, 34 anos:
Resposta:
Reclamar ou procurar instâncias superiores nunca é a melhor alternativa. Não "pega bem" um jovem executivo, qualificado e competente, ir ao RH para reclamar que seu chefe não o escuta, não o entende ou não ensina nada. Geralmente, as decisões de carreira são discutidas pelos superiores juntamente com o RH. É provável, portanto, que todos já conheçam e concordem com a sua atual situação.
Talvez seja melhor reconhecer sua responsabilidade, mas sem se autoflagelar nem se afundar em culpas. O importante é que você saiba a causa do fracasso e consiga superar esse período sem mágoas. Além disso, não espere que a empresa se ocupe de sua carreira. Com exceção daqueles raros "craques especiais" que são "paparicados", a maioria não deve esperar muito de seus empregadores e precisa gerenciar suas carreiras por conta própria.
Assumir um cargo para o qual não se está preparado é arriscado. Um profissional nessa situação imagina que chegou a hora de subir na hierarquia e que é preciso aproveitar tudo o que aparece. Na idade dos "trinta", aparece o desejo de se impor e assumir desafios. Mas as decisões devem ser tomadas com base na realidade e não em promessas.
É preciso aprender a escolher e a recusar, e para isso é importante ter um projeto de carreira - coisa que a maioria dos executivos não tem.
Isso não significa ter uma carreira totalmente formatada, sem surpresas - mas, sim, ter sempre duas ou três ideias em mente e estar alerta aos riscos e oportunidades. Se suas aspirações mudam, seu projeto acompanha isso. Defina onde você quer estar no futuro, fazendo o que e com quem.
Aos trinta só se pensa em ser "chefe", mas um cargo em planejamento estratégico ou em um projeto de reestruturação também podem ser enriquecedores. É fundamental ainda participar de negociações e da tomada de grandes decisões.
Em todo caso, é bom lembrar que bons resultados não serão suficientes para fazer subir de escalão. É necessário se antecipar, saber se colocar à frente, influenciar, convencer e gerenciar equipes e pessoas. A boa gestão de pessoas continua a ser a competência obrigatória de quem quer subir. E isso tem que ser aprendido cedo.
Cargo gerencial se conquista, não se pede! Seu empregador tem que perceber em suas atitudes a capacidade de liderar pessoas e sua maturidade.
Não é fácil dirigir jovens especialistas competentes seguros de si e que normalmente não respeitam a disciplina. O desafio é fazer com que eles trabalhem produtivamente em equipes montadas conforme as necessidades de competências.
O desafio do líder é ajudar a criar o novo e a mobilizar as pessoas para implementarem mudanças. É preciso estar atento, gerenciar o que está acontecendo, o que já aconteceu e o que vai criar o futuro.
Gerente, 34 anos:
Resposta:
Reclamar ou procurar instâncias superiores nunca é a melhor alternativa. Não "pega bem" um jovem executivo, qualificado e competente, ir ao RH para reclamar que seu chefe não o escuta, não o entende ou não ensina nada. Geralmente, as decisões de carreira são discutidas pelos superiores juntamente com o RH. É provável, portanto, que todos já conheçam e concordem com a sua atual situação.
Talvez seja melhor reconhecer sua responsabilidade, mas sem se autoflagelar nem se afundar em culpas. O importante é que você saiba a causa do fracasso e consiga superar esse período sem mágoas. Além disso, não espere que a empresa se ocupe de sua carreira. Com exceção daqueles raros "craques especiais" que são "paparicados", a maioria não deve esperar muito de seus empregadores e precisa gerenciar suas carreiras por conta própria.
Assumir um cargo para o qual não se está preparado é arriscado. Um profissional nessa situação imagina que chegou a hora de subir na hierarquia e que é preciso aproveitar tudo o que aparece. Na idade dos "trinta", aparece o desejo de se impor e assumir desafios. Mas as decisões devem ser tomadas com base na realidade e não em promessas.
É preciso aprender a escolher e a recusar, e para isso é importante ter um projeto de carreira - coisa que a maioria dos executivos não tem.
Isso não significa ter uma carreira totalmente formatada, sem surpresas - mas, sim, ter sempre duas ou três ideias em mente e estar alerta aos riscos e oportunidades. Se suas aspirações mudam, seu projeto acompanha isso. Defina onde você quer estar no futuro, fazendo o que e com quem.
Aos trinta só se pensa em ser "chefe", mas um cargo em planejamento estratégico ou em um projeto de reestruturação também podem ser enriquecedores. É fundamental ainda participar de negociações e da tomada de grandes decisões.
Em todo caso, é bom lembrar que bons resultados não serão suficientes para fazer subir de escalão. É necessário se antecipar, saber se colocar à frente, influenciar, convencer e gerenciar equipes e pessoas. A boa gestão de pessoas continua a ser a competência obrigatória de quem quer subir. E isso tem que ser aprendido cedo.
Cargo gerencial se conquista, não se pede! Seu empregador tem que perceber em suas atitudes a capacidade de liderar pessoas e sua maturidade.
Não é fácil dirigir jovens especialistas competentes seguros de si e que normalmente não respeitam a disciplina. O desafio é fazer com que eles trabalhem produtivamente em equipes montadas conforme as necessidades de competências.
O desafio do líder é ajudar a criar o novo e a mobilizar as pessoas para implementarem mudanças. É preciso estar atento, gerenciar o que está acontecendo, o que já aconteceu e o que vai criar o futuro.
Gilberto Guimarães é diretor do MBA em liderança e gestão de pessoas da BSP e diretor da BPI
Nenhum comentário:
Postar um comentário