É o que revela
pesquisa encomendada pelo SPC Brasil e pelo portal Meu Bolso Feliz.
"Essa
situação é ainda mais comum entre os entrevistados com baixa escolaridade [68%]
e os pertencentes à classe D e E [77%]", afirma a economista do SPC
Brasil, Marcela Kawauti.
Segundo ela, o
que mais dificulta fazer o pé de meia é a ajuda à família: quase metade (47%)
dizem que auxiliam seus familiares.
Outro entrave é
o fato de a renda ser menos variável nessa etapa da vida. "Quando a pessoa
tem 30 anos, 40 anos, fica mais fácil aumentar a renda. Na terceira idade, e só
com a aposentadoria, geralmente fica mais difícil poupar", diz.
O estudo também
mostra que 32% dos idosos entraram na "lista negra" no último ano. E
o principal motivo foi o empréstimo do nome para parentes.
SÃO PAULO - Um
estudo elaborado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), junto ao
portal de educação financeira Meu Bolso Feliz, revelou que 57% dos brasileiros
chegam à terceira idade sem qualquer tipo de reserva financeira ou
investimentos.
O levantamento,
que ouviu 632 pessoas com mais de 60 anos em todas as capitais brasileiras,
apontou que apesar de 72% dos idosos declararem ter uma situação financeira
estável, essa tranquilidade parece não ter sido conquistada por uma preparação
financeira ao longo dos anos. "Essa situação é ainda mais comum entre os
entrevistados com baixa escolaridade [68%] e os pertencentes à classe D e E
[77%]", afirma a economista do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Para a
especialista, esse tipo de reserva é essencial, principalmente na terceira
idade. "É o momento em que a pessoa precisa ter uma boa poupança para
lidar com imprevistos de saúde, arcar com despesas de remédios, completar os
itens básicos do mês que não puderam ser comprados com a aposentadoria e,
claro, aproveitar os prazeres dessa fase da vida", orienta Kawauti.
A preocupação
com os familiares e amigos é um dos principais motivos para os consumidores com
mais de 60 anos não conseguirem fazer um pé de meia: quase a metade dos idosos
entrevistados (47%) garante que pensa no futuro da família e acaba deixando de
fazer coisas que gostaria para manter uma reserva financeira.
Finanças na
terceira idade Como a maioria dos idosos não tem reserva financeira, qualquer
imprevisto ela recorre aos empréstimos e acaba não honrando com o pagamento. As
dívidas em atraso são uma realidade para três em cada dez idosos no último ano,
ou 32%. E, de acordo com estimativas do SPC, o número de idosos inadimplentes
já chega a 4 milhões de pessoas, o que representa cerca de 25% da população
acima de 65 anos. "A média nacional de crescimento de pessoas
inadimplentes nas bases do SPC Brasil atualmente é de 3,8%. Quando consideramos
só a população entre 64 e 94 anos, o crescimento é de 7,5%, bem acima da
média", afirma Kawauti.
Os idosos também
garantem que estão no comando de suas ações financeiras e revelam ser
independentes para tomar suas próprias decisões: 81% deles afirmam não depender
de ninguém para gerir as próprias contas.
No entanto,
novamente o estudo aponta que a conquista dessa autonomia não foi acompanhada
de um amadurecimento das práticas de Educação Financeira: somente quatro em
cada dez (41%) entrevistados com mais de 60 anos dizem saber como calcular os
juros de empréstimos. Este percentual aumenta entre os homens (45%), os que têm
escolaridade superior (67%) e os que estão nas classes A e B (55%).
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