sábado, 17 de novembro de 2012

Gaza x Israel: violência se intensifica e Jerusalém é atacada



São PauloDepois de Tel Aviv foi a vez de Jerusalém ser atacada por dois foguetes, nesta sexta-feira, 16, numa escalada de violência entre a Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, e Israel, que ocorre desde sábado, 10. Após o alarme antiaéreo ser acionado, os mísseis atingiram a cidade. Não foram, por enquanto, reportados nenhum ferido ou nenhuma morte decorrente do ataque. 
Jerusalém é uma cidade sagrada para judeus — que representam 64% da sua população de cerca de 732 mil habitantes —, muçulmanos — 32% da população — e cristãos — 2%. Considerada pelos israelenses sua capital (mas não pela comunidade internacional), abriga a sede do governo de Israel.
Autoridades israelenses não confirmam de onde vieram os foguetes, mas militantes do Hamas reivindicam a autoria do ataque.
Sob fogo cruzado
Desde sábado, 10, vários ataques têm sido trocados entre forças baseadas na Faixa de Gaza e Israel. Na quarta-feira, 14, em retaliação a um míssil lançado de Gaza, que feriu quatro soldados, Israel lançou um ataque, matando o chefe militar do Hamas, Ahmed a-Jaabari.
Na quinta-feira, 15, e nesta sexta, Gaza retrucou, atacando três vezes Tel Aviv — a segunda maior cidade de Israel e centro financeiro do país —, fazendo soar as sirenes antiaéreas. Desde a Guerra do Golfo, em 1991, isso não acontecia.
Até o momento foram reportadas três mortes em Tel Aviv, após essas investidas. Na Faixa de Gaza, 27 pessoas já morreram em decorrência dos ataques israelenses, nos últimos seis dias.

Em Rafah, na Faixa de Gaza, palestinos verificam os estragos provocados na
casa do militante do Hamas Mohammad Anu Shmala, após ataque de Israel
O consulado de Israel, em Brasília, enviou um comunicado no qual afirma que seu país foi atacado por 800 foguetes e morteiros, desde o início deste ano, lançados pelo Hamas ou por organizações terroristas que operam com a proteção da organização palestina, que governa a Faixa de Gaza. Segundo, ainda, o comunicado, escolas num raio de 40 km da Faixa de Gaza tiveram suas atividades suspensas nesta sexta.
O documento afirma que Israel “está usando o seu direito legitimo de defesa e atua com o único propósito de defender seus cidadãos”.  
Junto a tanques do Exército de Israel, soldados israelenses 
circulam na fronteira com a Faixa de Gaza
Israel se movimenta
Por conta da escalada de violência, o ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, convocou 75 mil reservistas do exército, segundo a emissora local de tevê Channel 2, indicando uma provável ofensiva terrestre à Faixa de Gaza. Segundo agências de notícias, o governo também estaria reforçando a segurança da região fronteiriça com a Faixa de Gaza, enviando tanques. Nesta sexta, foram fechadas estradas próximas à fronteira.
O Exército de Israel diz ter atingido mais de 600 alvos na Faixa de Gaza desde quarta-feira, 150 só durante esta noite. Um dos míssieis teria atingido o Ministério do Interior, considerado um símbolo de poder do Hamas. Até a tarde desta sexta, as forças armadas teriam interceptado 109 foguetes, em direção a Israel.
Hamas recebe apoio
O governo israelense chegou a decretar um cessar-fogo de três horas, hoje, durante a visita do premiê egípcio, Hisham Qandil, a Gaza, mas, segundo os dois lados do conflito, não teria sido respeitada.
Durante sua breve visita, Qandil chamou os ataques de Israel contra o território palestino de agressão. “O que testemunho em Gaza é um desastre e não posso continuar calado. A agressão israelense tem que parar”, disse o primeiro-ministro egípcio, durante uma visita a um hospital. “O Egito não vai poupar esforços para deter a agressão e alcançar uma trégua.”
O presidente egípcio, Mohamed Mursi, emitiu um comunicado denunciando os ataques israelenses como uma "gritante agressão contra a Humanidade" e se comprometendo a ajudar os palestinos.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, fez um apelo para que a Liga Árabe convocasse uma reunião para discutir a escada da violência entre o Hamas e Israel, na Faixa de Gaza.
O premiê da Tunísia afirmou que visitará a Faixa de Gaza neste sábado, 17, e o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyio Erdogan, manifestou seu apoio a Gaza, chamando de "bárbara" a postura israelense.
Erdogan conversou pelo telefone com o presidente americano, Barack Obama, sobre a escalada de violência que se abateu sobre a região. Segundo a Casa Branca, ambos os líderes manifestaram preocupação com a situação dos civis que moram na região e expressaram o desejo comum de colocar um fim na violência.

Valor Econômico, com agências internacionais


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