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São Paulo - Depois de Tel Aviv foi a vez de Jerusalém ser atacada por dois foguetes, nesta sexta-feira, 16, numa escalada de violência entre a Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, e Israel, que ocorre desde sábado, 10. Após o alarme antiaéreo ser acionado, os mísseis atingiram a cidade. Não foram, por enquanto, reportados nenhum ferido ou nenhuma morte decorrente do ataque.
Jerusalém é uma cidade sagrada para judeus — que representam 64% da sua população de cerca de 732 mil habitantes —, muçulmanos — 32% da população — e cristãos — 2%. Considerada pelos israelenses sua capital (mas não pela comunidade internacional), abriga a sede do governo de Israel.
Autoridades israelenses não confirmam de onde vieram os foguetes, mas militantes do Hamas reivindicam a autoria do ataque.
Sob fogo cruzado
Desde sábado, 10, vários ataques têm sido trocados entre forças baseadas na Faixa de Gaza e Israel. Na quarta-feira, 14, em retaliação a um míssil lançado de Gaza, que feriu quatro soldados, Israel lançou um ataque, matando o chefe militar do Hamas, Ahmed a-Jaabari.
Na quinta-feira, 15, e nesta sexta, Gaza retrucou, atacando três vezes Tel Aviv — a segunda maior cidade de Israel e centro financeiro do país —, fazendo soar as sirenes antiaéreas. Desde a Guerra do Golfo, em 1991, isso não acontecia.
Até o momento foram reportadas três mortes em Tel Aviv, após essas investidas. Na Faixa de Gaza, 27 pessoas já morreram em decorrência dos ataques israelenses, nos últimos seis dias.
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Em Rafah, na Faixa de Gaza, palestinos verificam os estragos provocados na casa do militante do Hamas Mohammad Anu Shmala, após ataque de Israel |
O consulado de Israel, em Brasília, enviou um comunicado no qual afirma que seu país foi atacado por 800 foguetes e morteiros, desde o início deste ano, lançados pelo Hamas ou por organizações terroristas que operam com a proteção da organização palestina, que governa a Faixa de Gaza. Segundo, ainda, o comunicado, escolas num raio de 40 km da Faixa de Gaza tiveram suas atividades suspensas nesta sexta.
O documento afirma que Israel “está usando o seu direito legitimo de defesa e atua com o único propósito de defender seus cidadãos”.
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Junto a tanques do Exército de Israel, soldados israelenses
circulam na fronteira com a Faixa de Gaza
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Israel se movimenta
Por conta da escalada de violência, o ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, convocou 75 mil reservistas do exército, segundo a emissora local de tevê Channel 2, indicando uma provável ofensiva terrestre à Faixa de Gaza. Segundo agências de notícias, o governo também estaria reforçando a segurança da região fronteiriça com a Faixa de Gaza, enviando tanques. Nesta sexta, foram fechadas estradas próximas à fronteira.
O Exército de Israel diz ter atingido mais de 600 alvos na Faixa de Gaza desde quarta-feira, 150 só durante esta noite. Um dos míssieis teria atingido o Ministério do Interior, considerado um símbolo de poder do Hamas. Até a tarde desta sexta, as forças armadas teriam interceptado 109 foguetes, em direção a Israel.
Hamas recebe apoio
O governo israelense chegou a decretar um cessar-fogo de três horas, hoje, durante a visita do premiê egípcio, Hisham Qandil, a Gaza, mas, segundo os dois lados do conflito, não teria sido respeitada.
Durante sua breve visita, Qandil chamou os ataques de Israel contra o território palestino de agressão. “O que testemunho em Gaza é um desastre e não posso continuar calado. A agressão israelense tem que parar”, disse o primeiro-ministro egípcio, durante uma visita a um hospital. “O Egito não vai poupar esforços para deter a agressão e alcançar uma trégua.”
O presidente egípcio, Mohamed Mursi, emitiu um comunicado denunciando os ataques israelenses como uma "gritante agressão contra a Humanidade" e se comprometendo a ajudar os palestinos.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, fez um apelo para que a Liga Árabe convocasse uma reunião para discutir a escada da violência entre o Hamas e Israel, na Faixa de Gaza.
O premiê da Tunísia afirmou que visitará a Faixa de Gaza neste sábado, 17, e o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyio Erdogan, manifestou seu apoio a Gaza, chamando de "bárbara" a postura israelense.
Erdogan conversou pelo telefone com o presidente americano, Barack Obama, sobre a escalada de violência que se abateu sobre a região. Segundo a Casa Branca, ambos os líderes manifestaram preocupação com a situação dos civis que moram na região e expressaram o desejo comum de colocar um fim na violência.
Valor Econômico, com agências internacionais
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