Gestão
Natália Flach (nflach@brasileconomico.com.br)
04/07/12 15:51
Empresas que inovam têm melhor desempenho na bolsa
![]() |
General Electric figura pelo segundo ano consecutivo na liderança das empresas mais inovadoras |
As 20 companhias que mais investiram em mudanças, segundo pesquisa
feita pela Hay Group, registraram rentabilidade de 5,39% em ações, enquanto as
empresas que compõem o S&P 500 tiveram retorno de 2,92%.
Em um mercado global cada vez mais competitivo, a inovação se tornou mais do
que um diferencial entre as empresas: é a chave para o crescimento das
companhias.
Para destacar as melhores iniciativas, a consultoria global de gestão de
negócios Hay Group acaba de lançar um estudo mundial com as 20 principais
empresas no quesito liderança e ambiente propício para desenvolvimento da
inovação.
A General Electric ocupa o primeiro lugar do ranking, seguida por Procter
& Gamble e IBM. Já na lista com os 10 principais nomes da América Latina, a
Unilever figura na liderança, enquanto Petrobras e Itaú Unibanco aparecem na
sétima e oitava colocações, respectivamente.
A pesquisa denominada Best Companies for Leadership - que está na sétima
edição - aponta que os líderes das 20 melhores empresas mundiais apoiam a
inovação e 90% deles relataram que os colaboradores podem contornar a cadeia de
comando sem consequências negativas caso tenham uma boa ideia. Essa quebra de
protocolo é permitida em 63% das outras companhias pesquisadas.
Ao todo, foram ouvidos quase 7 mil executivos de 2,3 mil organizações, sendo
35% provenientes da Europa, 31% da América Latina, 21% da Ásia/Oceania/África,
11% da América do Norte e 2% do Oriente Médio.
O cálculo por trás da posição da empresa no ranking é feito a partir das
respostas das empresas nos questionários aplicados pela consultoria, mais o
número de indicações de outros pesquisados. Para figurar nas primeiras posições,
as companhias precisam ser citadas por entrevistados de outros países.
Resultado prático
De acordo com o estudo, 95% das companhias que aparecem no ranking
mundial afirmaram queseus líderes seniores
dispõem de tempo para desenvolver pessoas e 90% disseram que os líderes
trabalham ativamente para que os colaboradores entendam as estratégias da
empresa a longo prazo. Nas demais empresas isso ocorre, respectivamente, em 48%
e 53%.
O resultado prático dessas decisões é que as 20 principais companhias
superamseus pares na bolsa. Em 10
anos, as empresas que compõem o S&P 500 tiveram retorno de 2,92%, enquanto
as empresas que aparecem no levantamento apresentam rentabilidade de
5,39%.
As companhias que se destacaram na América Latina figuram quase que em sua
totalidade no ranking do Brasil. A exceção é a Ambev que aparece na sexta
colocação no levantamento nacional em lugar da LAN.
Cerca de 76% das 30 empresas brasileiras pesquisadas pretendem investir em
inovação neste ano e 52% delas utilizam a Lei do Bem para os processos de
inovação, que permite que as organizações obtenham incentivos fiscais
automáticos quando realizam pesquisa tecnológica e desenvolvimento de
inovação.
José Fernando do Valle, diretor de Recursos Humanos da 3M do Brasil, afirma
que os produtos criados não têm nacionalidade. Isso porque as sedes regionais
têm autonomia como valor. Hoje, no país, são comercializados 15 mil itens,
enquanto globalmente chega a 50 mil.
"Temos um lema na empresa que 15% do tempo do trabalho do colaborador seja
voltado a pensar em outras coisas. Neste momento, aumentam as chances de ideias
criativas surgirem", afirma.
Um resultado desse processo interno foi a criação de um líquido supressor de
poeira que é usado para evitar perda de material e poluição durante o transporte
de matérias-primas da mina até o porto. A expectativa é que este mesmo produto
seja utilizado na construção do estádio da Copa do Mundo, em Brasília.
João Senise, vice-presidente de recursos humanos da Pepsico, diz que as
inovações nos produtos são, em geral, incrementais. A equipe do Brasil foi
responsável pela criação do Cheetos assado e pelo uso do óleo de girassol.
"Também mudamos a forma de fazer as prateleiras dos nossos produtos nos
supermercados que, agora, são feitas a partir das embalagens dos produtos",
conta.
Fatores de engajamento
Internamente, a Pepsico faz uma pesquisa, a cada seis meses, para descobrir
quais são os principais fatores de engajamento dos colaboradores.
Diferentemente do que se pode imaginar, a questão salarial não aparece na
primeira colocação. Na liderança está a possibilidade de obter mais
oportunidades, seguida pela melhoria da remuneração e qualificação das
lideranças.
Marcelo Williams, vice-presidente de Recursos Humanos da Unilever, acrescenta
que 25% da inovação vêm de dentro da empresa. O restante é fruto da sugestão dos
consumidores.
Já Sandra Lima, diretora de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Vivo,
acrescenta que, neste um ano de integração com a Telefônica, a cultura de
inovação ficou um pouco de lado, mas a ideia é criar um ambiente favorável para
aprender e transformar a empresa em um ambiente menos hierarquizado.
04/07/12 15:51
Nenhum comentário:
Postar um comentário