Para enriquecer a grade curricular, as principais instituições de pós-graduação em educação executiva vêm ampliando cada vez mais as atividades agregadas como orientação de carreira, cursos de empreendedorismo, intercâmbio e viagens de aprendizado e imersões práticas.
O objetivo é criar um ambiente o mais próximo possível da realidade do mercado de trabalho, além de fazer com que os alunos se relacionem em rede, explorem seus pontos fortes e conheçam o que precisa ser melhorado.
"Por mais completo que um curso seja, o trabalho de campo é essencial", diz Mauro Kahn gerente executivo do MBA de Petróleo (MBP Master Business Petróleo) e de meio ambiente (MBE Master Business Environment) da Coppe/UFRJ.
Os cursos oferecem visitas técnicas a plataformas de petróleo, estações de tratamento de afluentes e resíduos sólidos, e também a empresas.
"Tentamos ficar cada vez mais próximos da realidade. As dinâmicas de grupo envolvem discussão de casos e simulam uma audiência pública ou uma auditoria ambiental nos cursos de meio ambiente. No de petróleo, simulamos uma licitação da ANP ou discutimos a viabilidade econômica e financeira de projetos", acrescenta.
Também na Coppe, o MBA em gestão do conhecimento e inteligência empresarial estimula, sobretudo, o relacionamento em rede por meio de workshops de inovação e empreendedorismo. O programa conta com a participação de fundos de venture capital, agências de fomento e empresários que tiveram ideias que se transformaram em negócios de sucesso, como Jorge Alberto Reis, fundador do Ingressos.com e ex-aluno do curso.
"Um dos objetivos do MBA é estimular a inovação. Nos workshops são discutidos não apenas exemplos de sucesso, mas também de fracasso. Estes, inclusive, são os que mais atraem os alunos, pois geralmente se aprende mais com os erros", diz Marcos Cavalcanti, coordenador do MBA.
"Apostamos na construção coletiva do conhecimento para a gestão de uma empresa que não está mais em um mundo industrial. Hoje, o principal fator de produção é o conhecimento para o qual a lógica da colaboração faz mais sentido", ressalta.
Na ESPM, os alunos do MBA Executivo têm a sua disposição uma série de oficinas que visam aprimorar o desenvolvimento profissional. Elas são promovidas pela ESPM Carreiras e incluem técnicas de autoconhecimento, empreendedorismo, divulgação de currículo, networking e redes sociais.
O objetivo, segundo Adriana Gomes, coordenadora do ESPM Carreiras e do núcleo de gestão de pessoas da ESPM, é fazer o aluno refletir sobre as suas escolhas, seus valores e crenças e o que vêm fazendo ao longo da vida.
"O modelo educacional do país leva as pessoas a tomarem decisões muito cedo, sem conhecimento do mercado de trabalho. Muitas vezes a frustração aparece antes mesmo da entrada no mercado de trabalho, ainda na graduação."
Para Adriana, a pós-graduação pode servir como um caminho alternativo de mudança de carreira. Um dos módulos, por exemplo, é o de empreendedorismo, que já é uma realidade como opção profissional. "A oficina ajuda a avaliar as habilidades de empreender. Não basta ter boa vontade e dinheiro, mas iniciativa e persistência", alerta. Os módulos de preparação de currículo e de networking, por sua vez, ajudam os alunos a prospectar oportunidades e a se comportar nas redes sociais.
"Muitas consultorias usam esses sites para avaliar perfis. Áreas como tecnologia da informação, por exemplo, têm mais de 90% das vagas recrutadas no Linkedin, que pode ser uma excelente vitrine para as pessoas se apresentarem de uma forma positiva, participando de fóruns e grupos de discussão", analisa.
O Ibmec também oferece oficinas gratuitas com orientações sobre como desenvolver um bom currículo e como se comportar em uma entrevista, além de workshops com profissionais do mercado de trabalho. "Essas atividades mostram como o aluno está projetando a sua carreira e como ele pode identificar as suas competências", diz Ruth Duarte, gerente de carreiras do Ibmec.
A instituição também vem apostando em intercâmbio com escolas de negócios fora do país. O primeiro convênio foi fechado com a Babson, uma das maiores escolas de empreendedorismo do mundo, localizada em Wellesley, perto de Boston, nos Estados Unidos.
Os alunos de MBA podem agregar um módulo internacional que inclui uma semana de imersão com aulas de empreendedorismo e visitas técnicas a empresas. "O curso foi formatado em conjunto pelo Ibmec e o Babson para trabalhar uma nova mentalidade empreendedora com foco no aspecto comportamental de empreendedores de sucesso. É um curso mais operacional e de 'ação' do que teórico", descreve José Luiz Trinta, coordenador nacional de educação executiva do Ibmec.
A Fundação Getulio Vargas (FGV) também oferece a possibilidade de intercâmbio internacional no curso de direito. São módulos disponíveis em mais de 20 instituições no EUA, Europa, América Latina e Ásia. Alguns são gratuitos e os alunos só pagam estadia e passagens. Em 2011 foi iniciado um módulo na Universidade da Califórnia para um programa de três semanas de direito internacional com hospedagem no campus e visitas a escritórios de advocacia.
O curso engloba arbitragem e mediação, direito ambiental, propriedade intelectual, governança global e inglês jurídico. "A FGV também tem convênio com a Queen Mary University para recomendação de alunos que, se passarem no processo seletivo, têm bolsa integral para um mestrado de 12 meses", diz
Rodrigo Viana, Coordenador de Pós-graduação da FGV Direito.
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