WASHINGTON – O presidente Barack Obama apresentou nesta quinta-feira a nova estratégia de defesa militar dos Estados Unidos, adaptada para uma era de cortes no orçamento e que promete dar ênfase à Ásia, capacidade espacial e cibernética, enquanto preserva missões para acabar com a Al-Qaeda, por exemplo.
A nova estratégia prevê investimentos em cibersegurança para derrotar ataques eletrônicos, expansão de plataformas de inteligência baseadas no espaço e o “desenvolvimento de um novo bombardeio invisível a radares”.
Ao mesmo tempo, a nova estratégia levanta a possibilidade de que “os métodos de dissuasão dos Estados Unidos possam ser alcançados com uma força nuclear menor” e diz que a presença americana na Europa “deve evoluir”, mas sem dar detalhes.
“Nossa [força] militar será mais enxuta nas o mundo deve saber: os Estados Unidos vão manter sua superioridade militar com Forças Armadas que são ágeis, flexíveis e prontas para [responder] toda a gama de contingências e ameaças”, disse Obama em uma rara aparição na sala de imprensa do Pentágono, ao lado do secretário de Defesa Leon Panetta e do general do Exército Martin Dempsey, chefe do Estado Maior das Forças Armadas.
Panetta disse que no futuro as forças americanas “serão menores e mais enxutas”, embora “tecnologicamente mais avançadas”. A nova estratégia diz que o “acesso dos terroristas a aparelhos nucleares simples representa a perspectiva de consequências devastadoras para os Estados Unidos”. Portanto, “o Departamento da Defesa continuará a fortaceler suas capacidades, agindo com uma série de parceiros domésticos e estrangeiros, para conduzir operações eficazes para conter a proliferação” de armas de destruição em massa por nações como o Irã e a Coreia do Norte, acrescentou.
MUDANÇA DE PRIORIDADE
A revisão da estratégia de defesa foi encomendada no ano passado para determinar as escolhas dos militares americanos diante de cortes adicionais de US$ 450 bilhões até 2021, incluindo US$ 261 bilhões até 2017. Esses cortes somente serão detalhados depois que Obama divulgar sua proposta de orçamento no próximo mês. Porém, o relatório divulgado hoje sinaliza cortes futuros no pessoal e mudanças na prioridade.
A nova estratégia se afasta da doutrina que pede forças suficientes para combater duas grandes guerras quase simultaneamente, em vez disso defende a capacidade de combater uma grande guerra enquanto evita um segundo confronto usando a dissuasão.
“Mesmo quando as forças americanas estiverem comprometidas com operações de grande escala em uma região, elas serão capazes de negar os objetivos – ou impor custos inaceitáveis – de um agressor oportunista em uma segunda região”, diz o relatório.
As forças americanas “terão uma presença global com ênfase na Ásia-Pacífico e Oriente Médio ao mesmo tempo que ainda garante nossa capacidade em manter nossos compromissos de defesa com a Europa e fortalece alianças e parcerias através de todas as regiões”, afirmou o secretário da Defesa.
(Bloomberg)
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