Os benefícios da
corrida são bem conhecidos, como o controle do peso, a melhora do
condicionamento físico e a prevenção de doenças cardíacas. No entanto, a
velocidade, distância e frequência com que uma pessoa pratica o exercício nem
sempre são determinantes para surtir esses efeitos positivos. O que parece
fazer a diferença é manter o hábito de correr durante vários anos.
Essas são as
conclusões de um novo estudo americano, que mostrou que correr por apenas dez
minutos ao dia, e cinco vezes por semana, já é suficiente para reduzir o risco
de morte precoce. Segundo a pesquisa, o maior benefício é observado não em quem
corre maiores distâncias, mas sim entre aqueles que praticam o exercício por
pelo menos seis anos.
O estudo, feito
na Universidade do Estado de Iowa, será publicado na edição de agosto do
periódico Journal of the American College of Cardiology. Os pesquisadores
acompanharam cerca de 55.000 adultos durante quinze anos.
Proteção – Ao
longo desse tempo, 3.413 participantes morreram, sendo que 1.217 das mortes
ocorreram por doença cardíaca. Segundo os resultados, as pessoas que praticavam
corrida, em comparação com as que não faziam o exercício, tiveram um risco 30%
menor de morrer por qualquer causa ao longo da pesquisa e 45% menor de morrer
por alguma doença cardíaca. Além disso, elas viveram, em média, três anos a
mais do que as outras.
O estudo indicou
que os benefícios da corrida sobre o risco de mortalidade foram observados
mesmo em pessoas que corriam, na semana, uma distância de até 9 quilômetros , menos
de 50 minutos e em uma velocidade menor do que 9 quilômetros por
hora.
Segundo os
autores, pessoas que correm até uma hora por semana, por exemplo, parecem ter benefícios
semelhantes mesmo em comparação com aquelas que correm mais do que três horas
semanais. "Aparentemente, após correr uma determinada distância e por um
certo período de tempo, os benefícios se mantêm os mesmos. Não sabemos ao certo
o motivo pelo qual isso acontece", disse à rede americana CNN Warren Levy,
médica chefe do instituto de cardiologia Virginia Heart, nos Estados Unidos.
Segundo a
pesquisa, os participantes que mantiveram a prática de corrida por pelo menos
seis anos apresentaram maior proteção contra morte por problemas
cardiovasculares. Eles tiveram um risco 50% menor de morrer por doenças
cardíacas ou acidente vascular cerebral (AVC) em comparação com quem não
corria.
"A maioria
das pessoas diz que não tem tempo de se exercitar, mas mostramos que correr dez
minutos por dia já proporciona efeitos positivos", afirma Duck-chul Lee,
professor da Universidade do Estado de Iowa e coordenador do estudo.
Existem regras
básicas que valem para todos os iniciantes na corrida – independentemente de
idade, condicionamento físico e histórico de saúde. A primeira delas: embora a
corrida seja um esporte prático que não exige equipamentos, é preciso ter um
bom tênis. Não precisa ser o modelo mais caro ou mais novo da loja – basta que
ele tenha bom amortecimento e seja confortável. Além disso, é indicado que
pessoas que praticam corrida sigam uma planilha para controlar a evolução dos
treinos. "O ideal é ter uma planilha feita por um professor. Mas, se não
for possível, seguir treinos prontos publicados em revistas, por exemplo, é
sempre melhor do que não seguir nenhum", diz o educador físico Renato
Dutra. Conhecer o seu próprio condicionamento físico é essencial para saber o
ponto de partida da corrida – se mais moderado ou intenso. Por fim, alimentação
e hidratação são essenciais antes, durante e depois da prática. "O ideal é
beber 200 mililitros de água ou isotônico a cada 15 minutos de corrida",
diz o nutrólogo Celso Cukier.
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