Riscos
A Casa Branca precisa obter do Congresso autorização para ampliar o teto de endividamento do governo, que tem de honrar os compromissos com despesas correntes e investidores em títulos americanos. Atualmente, o teto é de US$ 14,3 trilhões. Se essa ampliação não ocorrer até o dia 2 de agosto, o governo americano terá que decretar moratória (ou calote), com impacto imprevisível na economia mundial.
Às vésperas da corrida eleitoral para a Presidência — a eleição é em 6 de novembro de 2012 —, o debate no Legislativo americano está contaminado por um clima político belicoso. O tom é puxado por grupos radicais, como o conservador Tea Party, o que dificulta um acordo.
Republicanos e democratas vincularam o debate sobre a ampliação do teto de endividamento do Executivo à apresentação de um programa consistente de cortes de gastos do governo a longo prazo. Porém, diante do alto risco de aprovação de medidas impopulares, os parlamentares dos dois partidos divergem em vários pontos.
As diferenças entre democratas, que dominam o Senado, e republicanos, que são maioria na Câmara, impedem que o governo consiga fechar um plano para aumentar o limite da dívida do EUA. Veja o que cada lado defende:
A quebra de confiança representaria o rompimento de um paradigma financeiro. Maior detentor de títulos americanos, o governo chinês alertou a Casa Branca para que proteja os interesses dos investidores. O Brasil é o quarto maior país com papéis americanos. Já as agências de classificação de risco Moody's, Standard & Poor's e Fitch - que dão notas de acordo com a capacidade de pagamento do país - alertaram que cortarão o rating de crédito dos EUA caso o país entre em moratória. Seria a primeira vez que os EUA teriam sua nota reduzida do nível máximo AAA.
Às vésperas da corrida eleitoral para a Presidência — a eleição é em 6 de novembro de 2012 —, o debate no Legislativo americano está contaminado por um clima político belicoso. O tom é puxado por grupos radicais, como o conservador Tea Party, o que dificulta um acordo.
Republicanos e democratas vincularam o debate sobre a ampliação do teto de endividamento do Executivo à apresentação de um programa consistente de cortes de gastos do governo a longo prazo. Porém, diante do alto risco de aprovação de medidas impopulares, os parlamentares dos dois partidos divergem em vários pontos.
Divergências
As diferenças entre democratas, que dominam o Senado, e republicanos, que são maioria na Câmara, impedem que o governo consiga fechar um plano para aumentar o limite da dívida do EUA. Veja o que cada lado defende:
Democratas:
- - Insistem em incluir aumento de impostos, inclusive sobre os mais ricos
- - Não querem redução de benefício dos segurados dos Medicare e do Medicaid
- - Querem que parte dos cortes venha das Forças Armadas
- - Defendem elevação de impostos ou cortes de gastos correntes caso o endividamento atinja um determinado nível
Republicanos:
- - Concordam apenas com o corte de despesas do governo
- - Propõem um corte drástico nos programas de saúde Medicare e Medicaid
- - Não querem cortes na esfera militar
- - Defendem corte automático de despesas se o endividamento atingir determinado patamar
Efeitos no mundo:
Para analistas, um calote empurraria os EUA de volta para a recessão. Sem recursos, o governo teria que optar entre pagar suas despesas correntes, inclusive benefícios sociais e previdenciários, ou pagar aos detentores de títulos do Tesouro americano. Investidores de todo o mundo recorrem a esses papéis, considerados um investimento seguro, dada a improbabilidade de calote.
Quem é quem?
BARACK OBAMA
O presidente americano, que quer se reeleger, lidera as negociações no Congresso para a elevação do teto de endividamento do governo e elaboração de um pacote de redução do déficit público, mediante o corte de gastos e aumento de impostos.JOHN BOEHNER
Republicano de Ohio, é o atual presidente da Câmara dos Representantes e uma das vozes mais críticas de Obama.HARRY REID
Democrata, líder da maioria no Senado e principal negociador por seu partido.
MITCH McCONNELL
Líder republicano no Senado. Ao lado de Boehner, compõe o núcleo duro republicano nas negociações, com muitas críticas a Obama.
JOE BIDEN
O senador democrata tem bom trânsito entre os dois partidos e se mostrou figura-chave como mediador do debate.
TIM GEITHNER
Secretário do Tesouro, alertou que o impasse poderá jogar os EUA de volta à recessão.
BEN BERNANKE
Presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Em caso de turbulência no mercado, o Fed pode tomar medidas de emergência.
GANGUE DOS SEIS
Grupo de senadores que tenta costurar uma proposta de consenso. São eles os democratas Mark Warner (Virginia), Dick Durbin (Illinois) e Kent Conrad (Dakota do Norte); e os republicanos Saxby Chambliss (Georgia), Mark Crapo (Idaho) e Tom Coborn (Oklahoma). Na foto o democrata Mark Warner e o republicano Saxby Chambliss.
Números
No 1º trimestre de 2011, o PIB americano estava em US$15,018 trilhões, ou seja, a dívida representa 95,5% do PIB
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