Se alguém lhe pede dinheiro emprestado e você decide atender ao pedido, há duas possibilidades: ou você utiliza parte do seu orçamento mensal ou retira capital de suas reservas. E, independentemente da “origem” do dinheiro, o fato é que amigos e parentes em geral não se sentem obrigados a pagar o empréstimo, segundo avaliação dos consultores de finanças pessoais, que colecionam histórias mal-sucedidas. E, nessas situações, é grande a probabilidade de acabar fazendo companhia à pessoa no grupo dos endividados.
Mas, é possível tomar algumas medidas simples para evitar aborrecimentos e prejuízos. O primeiro deles é a elaboração de um contrato de empréstimo. Nesse caso, vale transferir a tarefa de gerar o documento para um advogado ou até mesmo para o contador. “Diga que precisa oficializar o repasse do dinheiro para fins de declaração de imposto de renda e envolva um profissional na negociação. Assim, caberá a outra pessoa a difícil tarefa de cobrar o pagamento caso seja necessário”, afirma Dora Ramos, diretora da Pharos Consultoria.
O contrato deve incluir, obrigatoriamente, o valor do empréstimo, a data e a forma de devolução do capital (à vista ou em parcelas) e as taxas e juros que devem incidir sobre a transação. O documento também precisa prever que medidas serão tomadas caso o pagamento atrase.
Juros para o cunhado são maiores
Em geral, o ponto que costuma gerar discussões acaloradas entre parentes e amigos é a proposta de cobrança de juros. Mas, na opinião do professor do curso de Administração do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana), Wilson Pires, a cobrança de juros é mais do que justa. Quem empresta o dinheiro deve ser remunerado, já que, ao sacar o capital, está perdendo os rendimentos da aplicação em que estava o dinheiro.
Na opinião de Pires, uma taxa de 12% ao ano ou 1% ao mês é bastante razoável caso o empréstimo seja feito para um parente muito próximo, como um irmão. “Mas, se for o cunhado, a taxa pode ser mais alta, de 24% ao ano ou 2% ao mês. Afinal, se o risco é maior, o retorno deve ser mais atrativo também”, diz.
Funcionário público, Márcio Branco encontrou uma forma criativa de cobrar os juros de um empréstimo feito a amigos que eram donos de um bar no Rio de Janeiro. Após o final do prazo de carência - quando os amigos deveriam começar a pagar as primeiras parcelas com juros – ele resolveu usar parte do crédito para beber de graça. “Passei um ano freqüentando o bar sem pagar pela conta. É claro que tinha que tomar cuidado para beber apenas os juros, e não o principal. Mas, no final, recebi o dinheiro”, afirma.
Por fim, fique atento ao padrão de comportamento do devedor. Há parentes e amigos que pedem tudo de uma vez só. Mas o pior tipo é aquele que pede um pouco de cada vez. “Hoje, são R$ 100 para uma conta atrasada; mês que vem, uma força para encher o tanque do carro, e assim vai. No final do ano, você percebe que comprometeu uma parcela considerável das suas reservas para financiar a falta de controle do orçamento de alguém”, afirma Calil.
Carla Falcão - IG - São Paulo
Economia, finanças e crédito: Antes de emprestar dinheiro...
Mas, é possível tomar algumas medidas simples para evitar aborrecimentos e prejuízos. O primeiro deles é a elaboração de um contrato de empréstimo. Nesse caso, vale transferir a tarefa de gerar o documento para um advogado ou até mesmo para o contador. “Diga que precisa oficializar o repasse do dinheiro para fins de declaração de imposto de renda e envolva um profissional na negociação. Assim, caberá a outra pessoa a difícil tarefa de cobrar o pagamento caso seja necessário”, afirma Dora Ramos, diretora da Pharos Consultoria.
O contrato deve incluir, obrigatoriamente, o valor do empréstimo, a data e a forma de devolução do capital (à vista ou em parcelas) e as taxas e juros que devem incidir sobre a transação. O documento também precisa prever que medidas serão tomadas caso o pagamento atrase.
Juros para o cunhado são maiores
Em geral, o ponto que costuma gerar discussões acaloradas entre parentes e amigos é a proposta de cobrança de juros. Mas, na opinião do professor do curso de Administração do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana), Wilson Pires, a cobrança de juros é mais do que justa. Quem empresta o dinheiro deve ser remunerado, já que, ao sacar o capital, está perdendo os rendimentos da aplicação em que estava o dinheiro.
Na opinião de Pires, uma taxa de 12% ao ano ou 1% ao mês é bastante razoável caso o empréstimo seja feito para um parente muito próximo, como um irmão. “Mas, se for o cunhado, a taxa pode ser mais alta, de 24% ao ano ou 2% ao mês. Afinal, se o risco é maior, o retorno deve ser mais atrativo também”, diz.
Funcionário público, Márcio Branco encontrou uma forma criativa de cobrar os juros de um empréstimo feito a amigos que eram donos de um bar no Rio de Janeiro. Após o final do prazo de carência - quando os amigos deveriam começar a pagar as primeiras parcelas com juros – ele resolveu usar parte do crédito para beber de graça. “Passei um ano freqüentando o bar sem pagar pela conta. É claro que tinha que tomar cuidado para beber apenas os juros, e não o principal. Mas, no final, recebi o dinheiro”, afirma.
Por fim, fique atento ao padrão de comportamento do devedor. Há parentes e amigos que pedem tudo de uma vez só. Mas o pior tipo é aquele que pede um pouco de cada vez. “Hoje, são R$ 100 para uma conta atrasada; mês que vem, uma força para encher o tanque do carro, e assim vai. No final do ano, você percebe que comprometeu uma parcela considerável das suas reservas para financiar a falta de controle do orçamento de alguém”, afirma Calil.
Carla Falcão - IG - São Paulo
Economia, finanças e crédito: Antes de emprestar dinheiro...
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